sábado, 12 de dezembro de 2015

Amo-te...


Levanto-me, lentamente, cravada de olheiras que simbolizam a noite mal dormida, e estendo-me ao comprido pelo sofá - aquele que nos acolheu dias e noites sucessivas, envoltas em melodias de músicas que, agora e por diante, nos caraterizarão. 
Mas, as saudades continuam a ser o meu maior pesadelo e o medo que tenho desta sensação de desequilíbrio vagaroso não passar oscila-me no peito. A ponta dos meus dedos, que escrevem num caminho sem rumo, vão perdendo a amargura da saudade que vivo de ti e vão-se envolvendo no sabor amargo da despedida. 
A cada gesto meu, recordo-me da simplicidade dos nossos dias "a dois"; recordo-me da simplicidade do teu sorriso e da forma como conseguias ser delicada na minha pele arrepiada e calorenta. Afogo-me, nesse momento, em pensamentos perdidos no tempo e em histórias idealizadas no passado. Somos feitas de recordações e não te recordo somente pelo bem que me fizeste, mas, também, pelo bem que me continuas a fazer depois da tua partida... Talvez seja isso que me prenda a ti e que te prenda a mim; o bem mútuo. O amor mútuo. A amizade mútua. 
Arrebato o silêncio porque está na hora de conversar... consegues atender-me?
f.

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